Por Leticia Guiaro
A restauração florestal vem sendo um tema cada vez mais pesquisado devido a pressões de mercado e exigências ambientais, principalmente pela contribuição na redução de emissão de carbono. O aumento da concentração de gases de efeito estufa (GEEs) põe em risco os ecossistemas e as populações de diversas regiões do planeta, desencadeando uma trajetória de mudanças climáticas que ameaçam a oferta de alimentos e o equilíbrio ecológico do planeta.
Devido as mudanças climáticas, muitas plantas e animais utilizados na alimentação podem não ser mais capazes de se desenvolverem em determinadas regiões do planeta, dificultando as atividades agropecuárias e os meios de subsistência em diversas zonas que atualmente são produtivas, culminando assim no deslocamento de inúmeras famílias (êxodo rural). E para que esse cenário seja revertido, é preciso que se desenvolva programas relacionados a mitigação desses problemas, ou seja, que busquem evitar as emissões e reduzir a concentração de GEEs na atmosfera, e consequentemente que sejam adotados no mercado.
QUAL SERIA A SOLUÇÃO PARA A MITIGAÇÃO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS?
Quando se trata de soluções para a mitigação das mudanças climáticas, a restauração ecológica dos ecossistemas é a peça fundamental. Os projetos que envolvem a restauração florestal apresentam grande potencial de mitigar tais efeitos, uma vez que as altas taxas de dióxido de carbono atmosférico (CO2) são removidos pelas florestas em recuperação e estocam o carbono sequestrado nos tecidos vegetais em forma de biomassa.
Em florestas tropicais e subtropicais, quando restauradas por diferentes métodos, podem acumular entre 60 e 120 toneladas de Carbono por hectare na biomassa acima do solo nos primeiros 30 anos após a implantação, representando assim, uma capacidade de sequestro anual de CO2 de: 7 a 14 toneladas de CO2/ha/ano.
QUAIS SÃO AS INICIATIVAS GLOBAIS DE RESTAURAÇÃO EM TERMOS DE MITIGAÇÃO?
As crescentes iniciativas globais relacionadas a restauração florestal e sobre o mercado de carbono evidenciam as mudanças expressivas que precisam acontecer principalmente nos setores responsáveis pelas altas emissões de CO2, como atividades agropecuárias, o desmatamento e produções industriais. A pressão por menores emissões, juntamente com as políticas de expansão econômica das empresas incentivam a restauração florestal como meio de atingir as metas e compromissos de emissões de cada empresa e a partir disso, cria-se oportunidades para a geração de renda atrelada ao mercado de carbono. No entanto, existem os altos custos e processos burocráticos relacionadas a certificação de carbono zero, porém a geração de créditos de carbono tem potencial de se tornar uma nova commodity em pouquíssimo tempo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Brancalion, P. H., Guillemot, J., Cesar, R. G., Andrade, H. S., Mendes, A., Sorrini, T. B. & Chazdon, R. L. (2021). The cost of restoring carbon stocks in Brazil's Atlantic Forest. Land Degradation & Development, 32(2), 830-841.
IUCN - Iternational Union for Conservation of Nature (2021). Forests and climate change. Available at: https://www.iucn.org/resources/issues-briefs/forests-and-climate change
Gostaria de realizar um projeto de Pagamento por Serviços
Ambientais ou tirar alguma dúvida sobre com profissionais
especializados no assunto?
Entre em contato com a ESALQ Jr. Florestal para tornar o
seu ambiente mais bonito e agradável para todos!!
Comments