Por: Letícia Bueno
Recentemente a ONU liberou um relatório realizado por 45 cientistas de 50 países diferentes, dizendo que um milhão de espécies estão ameaçadas de extinção, gerando grande alerta. A biodiversidade de diferentes populações está entrando em declínio e até mesmo sendo extinta.
A extinção é um processo natural, em que as condições mudam e algumas espécies sofrem com a mudança. Porém, desde a presença do homem, esses processos começaram a se alterar e a se acelerar. Tal fator foi possível devido ao avanço tecnológico e populacional, que fez com que o homem adquirisse capacidade de acelerar esses processos, diminuindo assim o tempo natural de sua ocorrência.
Atualmente, a taxa de extinção está estimada em até 100 vezes maior do que a taxa natural. Além disso, infelizmente perdas incalculáveis ocorreram desde 1500, chegando a alcançar um número superior a 900 espécies conhecidas que deixaram de existir, isso abre margem para a imensurável probabilidade de ter ocorrido uma perda maior de outras espécies que não tiveram oportunidade de serem descobertas pela ciência.
E como isso nos afeta?
O planeta já passou por 5 extinções em massa e há dados que indicam que pode estar caminhando para uma sexta. O que está causando isso, segundo o relatório da ONU de 2019 são 5 motivos. Sendo eles:
Uso da terra e do mar: alguns exemplos são: desvios de rios e lugares escavados, que são modificados de acordo com as necessidades do homem. No Brasil, restam apenas 12,5% da região preservada da Mata Atlântica, sendo uma das regiões mais degradadas do Brasil, com 383 espécies, das 633, ameaçadas de extinção no país.
Exploração de organismos: o consumo de plantas e animais de diferentes tipos na alimentação, gera um fator em que alguns alimentos são mais explorados. Por exemplo: 33% das espécies de peixe são exploradas além do limite, então não é dado tempo para que a população sozinha consiga se regenerar, ocasionando o efeito elástico, onde em um determinado momento, se o ritmo de exploração não é reduzido, ocorre ruptura no processo e essa população começa a desaparecer.
Mudanças climáticas: o aquecimento global tem feito com que muitas espécies tenham que migrar para que encontrem a temperatura ideal. Porém, nem todas as espécies conseguem migrar para encontrar temperaturas ideais para sobreviver. Um exemplo, são os corais que estão sofrendo com o branqueamento devido a sua associação com as algas, que lhes oferecem alimento. Isso porque, em razão da mudança de 2 graus na temperatura da água, os corais acabam expulsando a alga, ficando sem alimento e, consequentemente, ocasionando a sua própria morte. Isso gera uma desestabilidade em toda a cadeia, pois a base do ecossistema marinho são os corais, com a perda deles a cadeia acaba ficando sem abrigo e sem alimento. O impacto é tão preocupante que acaba atingindo também a cadeia humana, devido ao consumo de alimentos que derivam do mar.
Poluição; no Brasil há diversos problemas com barragens, que causam catástrofes ambientais. Além disso, globalmente há problemas com o excesso de plástico, onde 80% desses resíduos são encontrados nos oceanos. O plástico acaba entrando nos organismos de diferentes animais marinhos, prejudicando a vida desses animais que morrem até de inanição (essa matéria ocupa um espaço em seus estômagos e eles não conseguem se alimentar). Lembrando que não é só um problema marinho, diversas espécies sofrem com esse problema, incluindo as aves.
Espécies invasoras: o mundo globalizado leva as interações das espécies para todos os lugares do planeta. Ao ocorrer esse processo existem duas possibilidades: ou a espécie não se adapta e morre, ou ela se adapta, e começa a competir por espaço e alimento com as espécies nativas daquela área, que não estão preparadas para serem caçadas por essa nova espécie.
Segundo pesquisadores da USP em entrevista sobre a atividade humana na extinção de espécies, ao programa Panorama da TV Cultura, acredita-se que sim, se a humanidade estiver em meio a um cataclisma não é possível fazer nada, mas se ainda não estiver é capaz de reverter a situação por não ser um cataclisma natural, onde é plausível definir o rumo através de políticas públicas globais que envolvem ações governamentais de todos os países para saber como conseguir tal fato. Porém, se não houver movimentação dos órgãos governamentais não há o que fazer. Diretrizes para conter já existem, mas não há nenhuma pressão popular, devido a falta de informações suficientes sendo levada ao povo. Contudo, caso termine de uma forma ruim, o mundo irá se reerguer, tendo em vista as extinções em massa já enfrentadas, no entanto, a questão que prevalece é como os seres humanos ficarão no final dessa história?

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