O termo “produção florestal” refere-se a toda atividade de transformação de matéria-prima em bens de consumo, podendo esta matéria-prima ser oriunda de florestas plantadas ou nativas. Estes processos resultam em bens que podemos categorizar em Produtos Florestais Madeireiros, sendo esses os produtos lenhosos voltados para serraria, estacas, lenha, entre outros, e os Produtos Florestais Não Madeireiros.
Os Produtos Florestais Não Madeireiros (PFNM) são todo os produtos possíveis de serem extraídos da floresta, tais como óleos, resinas, sementes, raízes, folhas, flores, etc. A economia gerada através destes produtos é de extrema importância para populações ou comunidades que vivem em cidades próximas às áreas florestais, ou mesmo no interior de florestas, e dependem delas para sua subsistência. Muitos destes produtos são voltados para as áreas de alimentação, medicamentos, cosméticos e utensílios, além de muitos outros recursos.
A utilização e produção dos PFNM é uma prática ecológica com bases sustentáveis para as áreas florestais, uma vez que não há necessidades de derrubar as árvores, sendo uma alternativa para agregar valor à floresta em pé, impactando de forma positiva nos aspectos sociais local, ambiental e econômico. Além disso, assim como todas as atividades florestais, para a produção de PFNM também é necessário que sejam realizadas boas práticas de manejo, de modo a não se tornar uma linha de produção unicamente comercial, dessa forma, o manejo deve visar reduzir o impacto do extrativismo sobre o ambiente e realizar produções de acordo com uma análise de demanda do mercado.
No Brasil, dentre os PFNM’s produzidos, podemos destacar a resina, a qual o país é um importante exportador para o mercado internacional, além do látex, óleos essenciais e sementes. As regiões brasileiras vêm aumentando a produção de acordo com a demanda, cada uma com produtos específicos devido a variedade dos biomas nelas presentes, dentre elas destaca-se a região amazônica, responsável por apresentar grande variedade e diversidade de espécies capazes de fornecer inúmeros produtos para o mercado de produtos não madeireiros.
Dentre os principais produtos não madeireiros destacam-se:
Açaí
Babaçu
Castanha-do-Pará
Fibras de piaçava
Pó cerífero de carnaúba
Manejo dos PFNM’s:
Antes de iniciar os trabalhos exploratórios dos PFNMs, é necessário que um técnico ou o empreendedor capacitado no assunto, esteja ciente quais serão as práticas adotadas no manejo dos produtos não madeireiros e quais serão os produtos obtidos, considerando-os parte do agronegócio regional. Além disso, deverão ser considerados aspectos como: concorrentes; fornecedores de insumos; canais de distribuição; oscilação das demandas nos principais segmentos do mercado; e as expectativas que o cliente tem em relação ao produto esperado.
Levando em consideração todos os aspectos citados anteriormente, o tomador de decisão deve construir uma ampla base de dados, para que possa ponderar sobre os seguintes aspectos: mercado; manejo da espécie florestal; concorrentes; armazenamento/beneficiamento; qualificação da mão-de-obra; aspectos sócioculturais da comunidade; política econômica; política florestal nacional e regional; transporte da produção/acesso à área do manejo florestal; e aspectos ambientais do manejo.
São precisos cinco passos básicos para o manejo dos produtos não madeireiros:
1- Planejamento inicial (recolha de toda informação básica e bibliográfica possível da área, como mapas, mapas de solo, dados climatológicos, tipologia preliminar florestal e outros levantamentos);
2- Inventários florestais detalhados (considerando distribuição, abundância dos diferentes recursos e tipologia florestal);
3- Seleção das espécies a serem manejadas (considerando fatores econômicos e sociais e potencial de manejo. Esta avaliação de potencial será baseada nas características do ciclo de vida da planta, tipos de recursos produzidos, abundância em consideração às diferentes tipologias florestais e estrutura de população);
4- Rendimento do manejo (tem o objetivo de prover uma razoável estimativa da quantidade de recurso que pode ser produzida em bases sustentáveis em um habitat particular. Neste caso deverá se selecionar amostras e métodos de análise adequados);
5- Definição final do método de manejo a ser utilizado. Subsequentemente as “aproximações” e ajustes e correto monitoramento irão definir o manejo mais correto dos produtos.
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