A dinâmica florestal mudou, atualmente é cada vez mais comum o surgimento de inovações tecnológicas que viabilizem uma melhor gestão florestal. O avanço dessas tecnologias florestais são fundamentais para desenvolver soluções que revolucionam a forma de coletar dados como a aplicação de técnicas de sensoriamento remoto. Essas técnicas são largamente utilizadas no estudo de florestas, no Brasil, e automatizaram as formas de coleta de dados. As imagens de satélite complementam os dados coletados pelos pesquisadores em campo e são uma importante ferramenta para monitoramento de plantações, levantamento do número de plantas em determinada área, estimativa da área plantada, controle de crescimento, detecção de pragas e doenças entre outros.
Imagem de Satélite: Nuvem de joaninhas que ocupou 17 quilômetros no céu do condado de San Bernardino, no sul da Califórnia — Foto: Reprodução Twitter/@nwssandiego/via BBC
No dia 28 de fevereiro deste ano, foi lançado na Índia, o primeiro satélite de monitoramento completamente brasileiro, o Amazônia 1, desenvolvido em São José dos Campos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Esse satélite foi projetado para monitorar florestas e áreas cultiváveis do território brasileiro com o objetivo de gerar dados confiáveis em relação ao desmatamento da região
Poucos países têm a capacidade de manter um programa de monitoramento e o Brasil foi a primeira nação a disponibilizar o acesso público à imagens de satélites, o que permitiu ganhos na área acadêmica, no mercado e na produção agrícola.
Lançamento de Satélite brasileiro
O lançamento de um satélite brasileiro vai permitir que o Brasil domine toda a tecnologia de monitoramento e sensoriamento remoto do desmatamento, com precisão e agilidade.
Segundo o INPE “A Missão Amazônia irá fornecer dados (imagens) de sensoriamento remoto para observar e monitorar o desmatamento especialmente na região amazônica e, também, a agricultura em todo o território nacional”.
Sensoriamento remoto em florestas plantadas
Como dito anteriormente, as tecnologias florestais, principalmente o sensoriamento remoto, tem como principal objetivo o fornecimento de dados de maneira rápida e segura, para que seja possível realizar um manejo específico para cada situação.
Para as florestas plantadas não é diferente. Segundo diversos estudos, devido ao dinamismo das florestas plantadas (rápido crescimento), muitos dados e informações exigem ser apresentadas de maneira mais rápida possível para que seja possível atualizar constantemente os mapas florestais. Com isso, é permitido realizar atividades como o planejamento de talhões, avaliação de possíveis danos e problemas na floresta e informações de processos de corte, operação as quais demandam uma constante atualização das informações da área.
Para todo este planejamento florestal com base no sensoriamento remoto, é comumente utilizado as imagens obtidas por sensores a bordo de satélites orbitais, fotografias aéreas e imagens de radar. Entretanto, para a cobertura de grandes áreas vegetais, os dados são normalmente fornecidos por imagens de satélites. No Brasil, um dos mais conhecidos e utilizados é o LANDSAT.
Concepção artística Landsat 8 — Fonte: NASA, 2012
Nas grandes empresas florestais é exercido uma atividade que exige um constante monitoramento, o inventário das áreas plantadas, visto que normalmente em plantios como esses encontram-se talhões com indivíduos em diferentes estágios de desenvolvimento, áreas afetadas por incêndios, pragas, entre outros. Devido a todos esses fatores, o uso exclusivo de dados descritivos torna-se inviável, exigindo assim, um componente espacial. Para resolver esse problema, é feito a integração desses dados com o que chamamos de Sistema de Informações Geográfica (SIG), o qual permite o processamento dos dados espaciais, sendo possível a criação de relatórios e mapas que contribuem para a compreensão e manejo das áreas plantadas.
Além disso, o sensoriamento remoto pode ser utilizado para diversas outras atividades, como por exemplo: estimar IAF (Índice de Área Foliar), monitoramento nutricional, identificação de áreas com espécies invasoras e análise de efeitos causados por ataque de pragas.
Considerações finais
Conseguimos ver que, o surgimento de novas tecnologias é essencial para o avanço no setor florestal brasileiro. A utilização do sensoriamento remoto e os benefícios trazidos pela utilização desta técnica, é um grande exemplo de como uma tecnologia pode mudar a nossa percepção e maneira de realizar uma determinada atividade.
Apesar de tudo isso, é sempre importante ressaltar que, mesmo com todos estes avanços tecnológicos que vêm aparecendo no decorrer dos anos, estas não devem substituir por completo os métodos tradicionais de levantamento de dados, as visitas e as checagens em campo. O ideal é que seja possível trabalhar com ambos os métodos, criando um equilíbrio de acordo com a precisão desejada.
REFERÊNCIAS
SOUZA, C. C. et. al. TÉCNICAS DE SENSORIAMENTO REMOTO COMO SUBSÍDIOS AOS ESTUDOS DE FLORESTAS IMPLANTADAS NO BRASIL – UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 17, n. 4, p. 409-417, out-dez, 2007
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