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Tudo sobre a COP 26

Por João Victor Scavasso


Fonte: Infosolar


Introdução

Durante os dias 1 e 12 de novembro ocorreu em Glasgow, na Escócia, a 26° Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 26), um evento organizado pela ONU e que contou com a participação de 196 países. O objetivo principal dessa conferência é reunir os principais líderes mundiais e especialistas no assunto para encontrar soluções e firmar acordos visando combater a crise climática que estamos enfrentando. Uma das causas dessa crise climática é a emissão de gases estufa que faz com que a Terra se aqueça e assim, ocorram eventos catastróficos como tempestades, furacões,secas, acidificação dos oceanos, aumento do nível do mar, derretimento de geleiras dentre outros eventos que estão se intensificando a cada ano. Os resultados desses eventos catastróficos são inúmeros danos tanto ao meio ambiente, como à sociedade como um todo. Recentemente, tivemos uma onda de incêndios florestais em lugares como Grécia, Austrália e Califórnia causados pelo longo período de seca e isso é um exemplo desses eventos catastróficos. Por conta disso, tornou-se necessário que ocorressem eventos como a COP 26 para discutir justamente alternativas para conter o avanço das mudanças climáticas.


Esses eventos acontecem uma vez por ano, justamente para os países atualizarem os avanços de suas metas de diminuição das emissões de gases estufas. Para relembrar, em 2015, na COP 21, 195 países assinaram o acordo de Paris para limitar o aumento da temperatura do planeta em no máximo 2°C e assim, cada um criou suas próprias metas. Vale ressaltar que esse processo é lento e complicado, porque cada país tem seus próprios interesses e sua realidade. Por isso, é necessário a presença não apenas de líderes mundiais, mas de especialistas no assunto para tornar esse processo realmente efetivo e na direção certa para alcançar o objetivo principal: conter a crise climática.


Brasil na COP 26


Começando pela participação do Brasil na COP 26, que foi liderada pelo ministro do meio ambiente Joaquin Leite e teve como principais compromissos assumidos: a diminuição das emissões de gases poluentes pela metade até 2030, a neutralidade de emissões até 2050, o desenvolvimento do mercado de carbono e também zerar o desmatamento na Amazônia até o final da década. No entanto, a imagem do país não é das melhores e a ausência do presidente da república nesse evento tão importante e expressivo, foi algo negativo. Ainda nos pontos negativos, temos os dados que mostram que ocorreu um avanço no desmatamento da Amazônia, principalmente em localidades e a COP 26 era o melhor lugar para firmar acordos e defender o país nessas situações. Esse descrédito do Brasil pode dificultar a relação com outros países e até mesmo, o apoio no combate ao desmatamento, como recentemente aconteceu quando a Alemanha e a Noruega bloquearam o fundo Amazônia. De certo modo, mesmo com os compromissos assumidos, a participação do Brasil poderia ter sido mais proveitosa e com mais acordos assinados.






Principais acordos

Na participação internacional, tivemos vários compromissos assumidos durante a COP26. Alguns foram extremamente importantes como um compromisso assinado por cerca de 100 países de reduzir em 30% suas emissões de metano até 2030. Segundo especialistas, esse gás é responsável por cerca de 30% do aquecimento global de tempos pré-industriais. Outro importante documento assinado foi para acabar com o desmatamento em florestas tropicais até o final da década e a floresta Amazônica é umas das mais afetadas por essa problemática. Na parte econômica, foi também na COP 26 que países se comprometeram a colocar uma verba significativa para o desenvolvimento de tecnologias para conter os avanços das mudanças climáticas. O objetivo é criar um fundo de desenvolvimento para tornar a tecnologia verde mais barata e escalável, liderado pelos Estados Unidos, Reino Unido e China.


Principais falhas


Pelo lado negativo, países como a Austrália afirmaram que vão continuar extraindo e exportando carvão mineral por décadas e assim, se recusando a estabelecer objetivos de zerar emissões. Isso é um ponto contraditório porque a própria Austrália é conhecida por dar advertências em relação aos problemas climáticos, mas faz totalmente diferente do que é o certo devido a interesses econômicos. Outros consumidores como Estados Unidos e China também não assinaram esse compromisso de eliminar o uso de carvão nas próximas décadas, ressaltando que a utilização desse minério como fonte de energia ainda é muito comum nesses 2 países. De acordo com o Global Carbon Project, o carvão é a principal fonte de emissão de CO2, com cerca de 14,7 Gt e um aumento de 5,7% em relação ao ano anterior, o que torna essa medida adotada por esses países ainda mais preocupante.



Na parte de emissões de metano, os maiores emissores: China, Índia e Rússia, ficaram de fora do acordo que visa cortar em 30% as emissões desse gás até 2030. O grande conflito existente entre Estados Unidos e China também foi responsável pela falta de compromissos concretos porque nenhum deles quer ter sua economia afetada, não abrindo mão assim de nada que possa prejudicar a retomada econômica pós-pandemia.




Conclusão


Como foi visto ao longo dos parágrafos anteriores, a COP 26 foi uma grande chance dos principais líderes mundiais se encontrarem e debaterem ideias sobre como resolver os problemas climáticos e diminuir os impactos dessa problemática na sociedade. Importantes acordos foram firmados durante o evento, no entanto, vimos que as negociações são lentas e envolvem diversas variáveis. Essas variáveis acabam tendo forte influência, seja pela grande dependência econômica como a Austrália e o carvão mineral ou pela necessidade de desenvolvimento, como nos países emergentes. A presença de especialistas no assunto também é algo extremamente necessário, não apenas para discursar, mas para participar ativamente de todo processo decisório dos acordos. Por isso, é extremamente necessário a participação de especialistas e investimentos para o descobertas de novas tecnologias com cada vez menos impactos ambientais para assim, conseguir não apenas resolver a crise climática, mas também gerar um desenvolvimento sustentável em todas partes do planeta.



Referências Bibliográficas


A COP26 FOI UM FIASCO?. Realização de Paulo Junilut. 2021. (13 min.), son., color. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=1MLNKYu7oDI. Acesso em: 29 nov. 2021.


MODELLI, Laís. COP26: Brasil e cerca de 100 países se comprometem a reduzir emissões de metano em 30% até 2030. 2021. Disponível em: https://g1.globo.com/meio-ambiente/cop-26/noticia/2021/11/02/cop26-97-paises-se-comprometem-a-reduzir-emissoes-de-metano-em-30percent-ate-2030-brasil-aparece-na-lista.ghtml?utm_source=thenewscc&utm_medium=referral. Acesso em: 29 nov. 2021.


PROJECT, Global Carbon. Orçamento Global de Carbono. 2021. Disponível em: https://www.globalcarbonproject.org/carbonbudget/index.htm. Acesso em: 21 nov. 2021





 

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